Um blogue que visa a divulgação do que se passa no Mundo em todas as vertentes da BIOLOGIA.

sábado, 24 de fevereiro de 2007

Actividade SPEA 2

Actividades de Março com vagas

Cursos:
- “Identificação de Limícolas e outros grupos de aves aquáticas”, 3 e 4 de Março (http://www.spea.pt/index.php?op=act_2007/act_03032007)

- “Conhecer as aves através dos ossos”, 10 e 11 de Março (http://www.spea.pt/index.php?op=act_2007/act_10032007)
- “Digiscoping: Fotografia Digital com Telescópio”, 24 e 25 de Março (http://www.spea.pt/index.php?op=act_2007/act_24032007)
Saídas de campo:
- Barrinha de Esmoriz, 24 de Março (http://www.spea.pt/index.php?op=act_2007/act_24032007)
- Especial para Juvenis, Reserva Natural do Estuário do Tejo, 31 de Março (http://www.spea.pt/index.php?op=act_2007/act_31032007)
Caso já tenha ultrapassado o limite de inscrições em saídas de campo, permitido para este semestre, poderá ainda inscrever-se nestas.

Actividade SPEA

Domingo fique “De olho nas Aves”!
Pare! Escute! Olhe!
Neste Domingo, dia 25 de Fevereiro, Pare no Passeio do Tejo (Parque das Nações), Escute e Olhe as maravilhosas aves do Tejo! Relembramos que estaremos à sua espera a partir das 14h na Torre Vasco da Gama e das 15h às 17h estaremos no Parque do Tejo, junto aos pilares da Ponte Vasco da Gama.
Apareça no Domingo, e traga a família e amigos! Junte-se a nós nesta aventura!
A SPEA terá, à sua disposição, os materiais necessários para que possa ficar totalmente “De olho nas Aves”! Mais informações em http://www.spea.pt/index.php?op=act_2007/act_25022007.

domingo, 11 de fevereiro de 2007

Alentejo profundo

"À Descoberta da Margem Esquerda - De Mourão até Moura

Alexandre Vaz

Sugerimos-lhe a descoberta da porção de território delimitada pelo Guadiana e pela fronteira com Espanha, vulgarmente designada por Margem Esquerda, uma zona particularmente bela e rica em fauna e flora. Verá que se enamora dela.






O Alentejo é na sua maioria dominado por uma peneplanície onde as culturas de cereal são uma constante. No entanto, em algumas regiões, essa monotonia é quebrada por acidentes geográficos. A plena entrada do rio Guadiana em território Português protagoniza um desses casos e cria aquilo que vulgarmente se designa como a Margem Esquerda. Esta porção de território, delimitada pelo Guadiana e pela fronteira com Espanha, compreende parte de duas províncias distintas, o Alto e o Baixo Alentejo. Aqui, numa paisagem caracterizada por um relevo suave, coberto de montados de azinho e de matos, encontra-se uma das menores densidades populacionais do país.



O percurso aqui sugerido desenvolve-se apenas na metade Norte da Margem Esquerda do Guadiana e cruza os concelhos de Mourão, Barrancos e Moura. O viajante que escolha este destino, não terá dificuldade em encontrar motivos de interesse. Nessa medida, este itinerário foi concebido como uma abordagem possível a uma visita a esta região. Mas é importante reconhecer que neste caso, em que estamos a falar de uma zona particularmente bela e rica em termos de fauna e flora, por cada vez que se opta por um caminho, está-se a deixar para trás um outro provavelmente também ele muito interessante. Felizmente que esse problema tem uma solução fácil, que consiste em regressar ao local mais vezes. O clima da região é agreste, sendo o Inverno bastante frio, com as temperaturas mínimas a descer com alguma frequência abaixo dos zero graus e o Verão extremamente quente, com temperaturas acima dos quarenta graus. Esta variação profunda das estações reflecte-se de forma expressiva ao nível da paisagem e da fauna que a povoa, em particular no que respeita à aves migradoras. No Inverno, por exemplo, os Grous, os Tartaranhões-azulados e os Abibes são presenças garantidas. No Verão, estes já não estão presentes, mas em contrapartida, podem ver-se os Papa-figos, os Cucos e as Águias-calçadas. A vegetação é verdejante no Inverno, dourada no Verão e Outono e florida na Primavera.


O Itinerário proposto tem pouco mais de 100 quilómetros e sugere-se que se reserve pelo menos um dia inteiro para o efectuar. Inicia-se no limite norte da Margem Esquerda, na vila de Mourão, sede do concelho com o mesmo nome e localizado ainda no Alto Alentejo, e termina em Moura, também sede de concelho e já no Baixo Alentejo.Mourão situa-se a cerca de 200 quilómetros de Lisboa e é uma vila pequena e simpática, mas com poucas infra-estruturas turísticas. Em Mourão, justifica-se plenamente visitar o castelo, que naturalmente se situa na parte mais alta da vila. Do alto das muralhas a vista é digna de nota. Para Norte, vê-se o castelo de Monsaraz e adivinha-se o vale do Guadiana. Para Este, pode ver-se ao longe Espanha, a fronteira de São Leonardo e as extensas planícies cerealíferas. Estas são ricas em aves estepárias como a Abetarda que aqui durante o Inverno forma frequentemente bandos com mais de uma centena de indivíduos, ou os Cortiçois, os Sisões, os Alcaravões e os Grous.


Vale a pena contemplar atentamente a vista para Sudoeste, uma vez que em breve esta será completamente diferente, quando a barragem de Alqueva estiver cheia. As muralhas do castelo de Mourão são ainda um local privilegiado para observar as Gralhas-de-nuca-cinzenta que habitam o castelo e que toleram invulgarmente bem a presença de pessoas.À saída de Mourão é necessário ter cuidado para não seguir a indicação de Moura. Devemos sim, seguir pela N385 que aponta para a Granja. Após cerca de 3 quilómetros de estrada ladeada por pequenos terrenos agrícolas e olivais, atinge-se uma zona mais aberta e pode vislumbrar-se à esquerda, no alto de um monte a casa da herdade da Abegoaria, com umas proeminentes chaminés mouriscas. Este é um bom exemplo do monte alentejano enquanto estrutura agrícola complexa e de grande dimensão. "
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sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

Notícia

Recuperação de fauna selvagem
Centros de recuperação suspendem actividade


A QUERCUS - Associação Nacional de Conservação da Natureza e a LPN - Liga para a Protecção da Natureza são forçadas a tomar medidas relativamente ao funcionamento dos centros de recuperação por si geridos.
Nos últimos 10 anos estas ONGA vêem promovendo o tratamento, recuperação e o estudo de animais selvagens nos CRAS- Centros de Recuperação de Animais Selvagens, cuja actividade está enquadrada na Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ENCNB). De modo a responder a esta obrigação o Estado estabeleceu com as ONGA protocolos de colaboração técnica e financeira que vêm sendo integralmente cumpridos por parte das ONGA. No passado mês de Agosto o ICN (Instituto da Conservação da Natureza) cancelou estes protocolos (por razões de contenção orçamental) com os Centros de Recuperação de Animais Selvagens de Castelo Branco, Évora e Santo André. Após diversas reuniões com este Instituto manteve-se a indisponibilidade de renovar os protocolos. O fim destes protocolos põe em causa o futuro destes três centros, por não se assegurar os respectivos custos de funcionamento.Os protocolos em causa representaram em 2006 um encargo financeiro directo do ICN de cerca de 35 mil euros. Os Centros geridos pelas ONGA apresentam custos 3 vezes inferiores aos do Estado, revelando grande eficiência, fundamentalmente consequência da dedicação e empenho do trabalho voluntário e das ajudas provenientes de outras fontes de financiamento e do mecenato local.
CENTROS TOMAM MEDIDAS
Hoje os animais que se encontram nestes centros de recuperação serão entregues ao ICN, nas áreas protegidas.O Centro de Castelo Branco continuará a receber e a prestar os primeiros socorros aos animais, entregando-os de seguida ao ICN. Em Évora o centro encerra a recepção de animais, podendo em situação de urgência prestar primeiros socorros.Em Santo André são recebidos apenas espécies prioritárias e outros espécimes ao abrigo de acordos locais.A actual situação será revista caso sejam feitos novos protocolos ou garantidos outros apoios.
PREJUÍZOS PARA O ESTADO E PARA A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA
Com o fim destes protocolos Alentejo e Zona Centro ficarão a centenas de Kms de centros de recuperação activos. Deste modo, o Estado (ICN, GNR, etc.) poderá gastar até 10 vezes mais em combustível (300 mil euros), apenas para fazer chegar os animais aos centros.A este valor acresce o tempo que os agentes do Estado terão de despender para fazerem a entrega dos animais a recuperar, diminuindo a sua disponibilidade para acções de fiscalização.A renúncia dos protocolos, para além das consequências acima referidas, irá provocar graves prejuízos do ponto de vista da recuperação dos espécimes, podendo mesmo inviabilizar a sua recuperação e aumentar a taxa de mortalidade. Alertamos ainda que, do ponto de vista sanitário, persistem muitas dúvidas relativas ao transporte de animais doentes sem uma despistagem médico veterinária. Com o acréscimo das deslocações das entidades oficiais, levantam-se outras questões relacionadas com o aumento da emissão de CO2, e de outros poluentes atmosféricos.
APELO AO MINISTRO DO AMBIENTE SEM RESPOSTA
Em Novembro passado solicitámos a intervenção do Ministro do Ambiente neste processo, de modo a que se salvaguardem os interesses do ambiente, da conservação da natureza e da boa gestão do dinheiro público, apelo que até ao momento permanece sem resposta.