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quinta-feira, 14 de dezembro de 2006


Ainda existe! Bradam observadores experientes, confiando nos sete avistamentos convincentes de pica-paus-de-bico-de-marfim registados desde 2004. Mesmo com novos relatos, os cépticos duvidam que a lendária ave tenha escapado à extinção em 1944, ano do último avistamento confirmado nos EUA.

"Posso testemunhar que às 7h30 da manhã do dia 16 de Março de 2006 não havia nenhum pica-pau-de-bico-de-marfim a 34°6’48’’ de latitude e 91°7’43’’ de longitude, nas profundezas dos bosques do Refúgio Nacional de Vida Selvagem do Rio Branco, no Arkansas. O leitor talvez pense que esta é uma observação simples e fácil de compreender, mas poderá enganar-se. Tudo o que diga respeito a esta ave, mesmo a mais simples declaração, gera equívocos e discussões nos Estados Unidos. Fiz parte de um grupo de 50 pessoas envolvidas numa “batida de saturação” a uma área onde biólogos do Laboratório de Ornitologia de Cornell (CLO) pensavam poder existir um pica-pau-de-bico-de-marfim. Permaneci calmamente sentado sobre um tronco de árvore, de binóculo e máquina fotográfica pronta a disparar, ouvindo os chilreios das aves. Sabia que muitos acreditavam que aquele era um esforço fútil e, talvez, disparatado. E que a razão pela qual nem eu, nem ninguém, poderia avistar um pica-pau-de-bico-de-marfim era dramaticamente simples: o último destes animais terá tido uma morte solitária, há várias décadas, deixando atrás de si apenas os espécimes tristes e ressequidos que repousam nas morgues ornitológicas dos tabuleiros dos museus. Os devotos desta ave oferecem outra explicação: para eles, ela é uma criatura tão tímida como o Bambi, tão silenciosa como um monge, tão ansiosa por evitar fotógrafos como um indivíduo inserido num programa de protecção de testemunhas e tão invisível aos sentidos humanos como um caça furtivo ao radar. Resumindo: tenho a convicção forte de que, no momento e no local acima referidos, não se encontrava presente qualquer pica-pau-de-bico-de-marfim. Mas talvez esteja errado."


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