Um blogue que visa a divulgação do que se passa no Mundo em todas as vertentes da BIOLOGIA.

domingo, 5 de novembro de 2006

Um interessante artigo da National Geographic:

Texto de Edward O. Wilson e Mark W. Moffett
Fotografias de Robert Clark

"Em japonês, a palavra “formiga” escreve-se de forma complexa, unindo entre si dois caracteres que significam “insecto” e “lealdade”. Altruístas e cooperantes, as colegas de ninho estão sempre prontas a partir para a guerra para defender a colónia. Biólogo famoso e observador de formigas durante toda a vida, Edward O. Wilson encarrega-se de apresentar a nossa nova série de reportagens sobre estas criaturas altamente sociáveis.

As formigas dominam o planeta terra, juntamente com os seres humanos. Com cerca de dez mil biliões de animais estimados para todo o mundo, elas pesam aproximadamente o mesmo que todos os seres humanos juntos e proliferam em todos os recantos da Terra, excepto nos cumes gelados das montanhas e em redor dos pólos. Do mundo subterrâneo à copa das árvores, actuam como predadores de insectos e de outros invertebrados e são os principais necrófagos de cadáveres de pequena dimensão.
Senti-me atraído pela primeira vez por estas fantásticas criaturas há quase 70 anos, em Washington. Ainda criança, iniciei as minhas expedições, saindo de casa e rumando às “selvas” do parque de Rock Creek. As formigas eram as criaturas que mais curiosidade me suscitavam, muito por culpa de uma reportagem de William M. Mann publicada na edição de Agosto de 1934 da National Geographic. Mann era também director do Jardim Zoológico Nacional dos EUA e, por consequência, duplamente meu herói. A linhagem de mirmecologistas prosseguiria, décadas mais tarde, com Mark Moffett, que se doutorou sob minha orientação em Harvard e cuja abordagem fotográfica se centra, nesta edição, no grupo das formigas guerreiras.
As formigas são importantes por diversas razões. Durante a maior parte do ano, existem apenas fêmeas nas colónias: rainhas encarregadas da reprodução em prol da colónia e obreiras estéreis que fazem o trabalho. Os machos são criados e mantidos durante períodos curtos, com o único fim de inseminar as rainhas virgens. As formigas têm sistemas de comunicação radicalmente diferentes dos nossos. Enquanto os seres humanos se servem da audição e da visão, elas dependem principalmente das feromonas, substâncias químicas por elas segregadas e “cheiradas” ou “saboreadas” pelas companheiras de colónia. Como o cérebro de uma formiga tem um peso inferior a um milionésimo do peso do cérebro humano, não admira que uma espécie emita apenas dez a vinte sinais diferentes. Ao contrário da linguagem humana, estas mensagens são inteiramente instintivas.
Estas maravilhosas criaturas habitam a Terra há mais de 140 milhões de anos. As suas organizações sociais mais complexas estão entre os mais impressionantes espectáculos de vida selvagem do planeta. As formigas sobreviveram com facilidade aos dinossauros e facilmente sobreviverão aos seres humanos, caso venhamos a soçobrar."

Leia a história completa nas páginas da National Geographic Magazine

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